Favas Contadas
Grupo de teatro do curso de português (2010-2012)
HISTORIAL
O novo grupo de teatro português Favas Contadas, da Faculdade de Letras da Universidade de Zagreb, formou-se em março de 2011 (ano letivo 2010/2011), em resposta às solicitações dos atuais alunos (finalistas na sua maioria) em criar um novo grupo de teatro, já que o anterior não podia integrar novos elementos e era constituído por ex estudantes do curso de Língua e Literatura Portuguesas. A estreia do grupo Favas Contadas foi agendada para junho no Centro de Estudantes de Zagreb - Kino Forum. Mais tarde, a peça será dramatizada em Karlovac, no Teatro de Zorin dom. O grupo é constituído por 12 elementos, todos oriundos do curso de Língua e Literatura Portuguesas da Faculdade de Letras de Zagreb, sendo que alguns elementos já revelam experiência na arte dramática e têm a oportunidade de ser ensaidos por uma veterana na realização e coordenação de longas-metragens. A Direcção artística é da responsabilidade de Sandra Živanović, licenciada em Língua e Literatura Portuguesas pela Faculdade de Letras de Zagreb com formação dramática complementar. Sandra Živanović ensina arte dramática no liceu de Karlovac, tendo já realizado dois filmes no Clube de Cinema de Karlovac. O nome Favas Contadas foi escolhido por todos os elementos do grupo e pretende dar uma ideia literal da sua forma otimista, confiante e divertida de estar na vida - e o que é o teatro senão uma outra forma de vida? O elenco de actores é maioritariamente feminino, o que não é para estranhar, já que atualmente a frequentarem o curso de Língua e Literatura Portuguesas apenas temos 10 elementos masculinos. A organização do grupo, a direção técnica e a revisão dos textos em língua portuguesa é da responsabilidade da Leitora Soraia Lourenço. A colaboração da leitora é fundamental na correção fonética e na adaptação das situações representadas à realidade sociocultural portuguesa. As restantes áreas do espetáculo, tais como a cenografia, música, guarda-roupa, filmagem estão a cargo do grupo de teatro. Pelo facto de ter pouco tempo de vida, o grupo tem apenas uma peça „ Graça de Esperança “, que estreou em duas salas de espetáculos na Croácia, uma em Zagreb e outra em Karlovac. Desta forma, o grupo vai levar ao festival de Lisboa a mesma peça – „ Graça de Esperança “. Esta peça divide-se em momentos de representação e de vídeo. Os espaços cénicos são projetados no palco, complementados com alguns adereços, e essas projeções são acompanhadas de legendas em língua croata. Esta foi uma estratégia do grupo, no sentido de a peça poder ser vista por todos os amantes de teatro quer sejam ou não conhecedores da língua e cultura portuguesas. |

Graça de Esperança (2011)
Introdução /Autoria do texto original / Adaptação
Na primeira apresentação do grupo optou-se por selecionar uma obra croata, principalmente por questões de tempo, pois permitiria que os atores assimilassem rapidamente o enredo. Nas futuras peças surgirão certamente textos originais ou de autores lusófonos, não havendo orientações rigorosas que condicionem as opções. A meu ver, qualquer uma das escolhas evidencia um processo de preparação linguística produtivo na relação que mantém com a língua portuguesa até alcançar o resultado final, pois todas as opções textuais requerem formas de expressão linguística, cultural e artística diversificadas e que deverão ser incentivadas.
O texto é uma adaptação de uma obra croata, Novela od Stanca (A brincadeira do Stanac) de Marin Držić. Marin Držić viveu durante o século XVI e é considerado um dos mais conceituados escritores croatas, pois foi dos primeiros a demonstrar sentido de responsabilidade social nos seus textos. Novela od Stanca é uma comédia de temática carnavalesca, com elementos de farsa que pretende alertar para a justiça social de uma forma cómica.
Todos os membros do grupo Favas Contadas trabalharam o texto dramático „ Graça de Esperança “. O texto foi concebido a partir de cenas que nasceram de momentos de improviso artístico realizados nos encontros. Desta forma, as autoras da adaptação de „ Graça de Esperança “ são: Nina Čupić, Vanja Budimir, Martina Juratovac, Nika Matković Mikulčić, Dragana Nikšić, Elena Pančevski, Mia Pavlica, Ines Sterpin, Ana Škegro, Dora Tadić e Sandra Živanović.
Sinopse
O texto do grupo Favas Contadas vem reforçar o ideal de crítica e justiça social do texto original, surgindo com a finalidade de mostrar que os ideais sociais do passado continuam a repetir-se no presente, mesmo em culturas diferentes (croata / portuguesa). Tenta-se mostrar também que, embora com culturas diferentes, a Croácia e Portugal, têm muitas semelhanças. Uma delas é o modo de viver. As personagens da peça vivem as suas vidas em função de diferentes ideais, sendo essa diferença a principal razão para um conflito dramático. Deste conflito nasce toda a ação, que é baseada nos contrastes entre os ricos e os pobres, entre os jovens e os velhos, entre os vaidosos e os modestos, entre os avarentos que têm demasiado dinheiro e os que não o têm, mas são generosos. A peça é um reflexo das sociedades atuais, uma crítica à futilidade e ao egocentrismo motivados pela discrepância económica entre as classes sociais, vislumbrando-se no final uma esperança na mudança...
A peça retrata, de uma forma humorística e crítica, uma atriz rica e famosa que se chama Esperança. A personagem principal luta contra o envelhecimento, uma vez que é casada com um homem mais novo, vive constantemente preocupada com a sua aparência. Gasta muito dinheiro em roupa, maquilhagem e outras coisas desnecessárias e fúteis recusando-se a ajudar os necessitados, humilhando-os e insultando-os, não revelando sensibilidade por aqueles que as novas sociedades economicistas marginalizam. Embora, idealmente, tenha tudo o que quer, Esperança não consegue conservar a sua relação, já que o marido tem uma amante jovem. Devido à sua insensibilidade com os mais necessitados, algumas meninas que recolhem doações decidem humilhá-la e aproveitarem-se da sua fragilidade - envelhecimento. Em todas as sociedades surgem aqueles que se aproveitam das situações, que enganam e burlam os mais fragilizados, e por mais inacreditáveis que as soluções possam parecer, as pessoas acreditam nelas, saindo prejudicadas no final. Foi o que aconteceu com Esperança, as meninas contam-lhe uma história de fadas que rejuvenescem e o seu desespero leva-a a acreditar na história. As meninas vestidas de fadas, em vez de tornarem Esperança mais nova, como lhe tinham dito, gozam com ela, maltratando-a fisicamente e humilhando-a perante a opinião pública. No final da peça surge uma reportagem televisiva a este acontecimento. A atenção que a comunicação social dá a este tipo de notícias é também alvo de crítica nesta peça.
É importante salientar a simbologia do nome da peça. Graça pode ter dois significados – pode-se interpretar como uma brincadeira ou como uma misericórdia. No final da peça, as meninas vestidas de fadas roubam a Esperança, sacos cheios de comida para os poderem dar aos pobres. Deste modo, a graça do título é uma misericórdia. Na perspetiva jocosa, o facto de as meninas fazerem pouco de Esperança, graça representa uma brincadeira. Esperança como nome da personagem principal é um paradoxo. Ela chama-se Esperança, mas não se vê nela esperança nenhuma. Nem de se tornar mais nova, nem de se tornar generosa. A peça retrata uma crítica às sociedades atuais, pretendendo no final questionar a esperança de mudança. Será que ainda existe esperança?
Introdução /Autoria do texto original / Adaptação
Na primeira apresentação do grupo optou-se por selecionar uma obra croata, principalmente por questões de tempo, pois permitiria que os atores assimilassem rapidamente o enredo. Nas futuras peças surgirão certamente textos originais ou de autores lusófonos, não havendo orientações rigorosas que condicionem as opções. A meu ver, qualquer uma das escolhas evidencia um processo de preparação linguística produtivo na relação que mantém com a língua portuguesa até alcançar o resultado final, pois todas as opções textuais requerem formas de expressão linguística, cultural e artística diversificadas e que deverão ser incentivadas.
O texto é uma adaptação de uma obra croata, Novela od Stanca (A brincadeira do Stanac) de Marin Držić. Marin Držić viveu durante o século XVI e é considerado um dos mais conceituados escritores croatas, pois foi dos primeiros a demonstrar sentido de responsabilidade social nos seus textos. Novela od Stanca é uma comédia de temática carnavalesca, com elementos de farsa que pretende alertar para a justiça social de uma forma cómica.
Todos os membros do grupo Favas Contadas trabalharam o texto dramático „ Graça de Esperança “. O texto foi concebido a partir de cenas que nasceram de momentos de improviso artístico realizados nos encontros. Desta forma, as autoras da adaptação de „ Graça de Esperança “ são: Nina Čupić, Vanja Budimir, Martina Juratovac, Nika Matković Mikulčić, Dragana Nikšić, Elena Pančevski, Mia Pavlica, Ines Sterpin, Ana Škegro, Dora Tadić e Sandra Živanović.
Sinopse
O texto do grupo Favas Contadas vem reforçar o ideal de crítica e justiça social do texto original, surgindo com a finalidade de mostrar que os ideais sociais do passado continuam a repetir-se no presente, mesmo em culturas diferentes (croata / portuguesa). Tenta-se mostrar também que, embora com culturas diferentes, a Croácia e Portugal, têm muitas semelhanças. Uma delas é o modo de viver. As personagens da peça vivem as suas vidas em função de diferentes ideais, sendo essa diferença a principal razão para um conflito dramático. Deste conflito nasce toda a ação, que é baseada nos contrastes entre os ricos e os pobres, entre os jovens e os velhos, entre os vaidosos e os modestos, entre os avarentos que têm demasiado dinheiro e os que não o têm, mas são generosos. A peça é um reflexo das sociedades atuais, uma crítica à futilidade e ao egocentrismo motivados pela discrepância económica entre as classes sociais, vislumbrando-se no final uma esperança na mudança...
A peça retrata, de uma forma humorística e crítica, uma atriz rica e famosa que se chama Esperança. A personagem principal luta contra o envelhecimento, uma vez que é casada com um homem mais novo, vive constantemente preocupada com a sua aparência. Gasta muito dinheiro em roupa, maquilhagem e outras coisas desnecessárias e fúteis recusando-se a ajudar os necessitados, humilhando-os e insultando-os, não revelando sensibilidade por aqueles que as novas sociedades economicistas marginalizam. Embora, idealmente, tenha tudo o que quer, Esperança não consegue conservar a sua relação, já que o marido tem uma amante jovem. Devido à sua insensibilidade com os mais necessitados, algumas meninas que recolhem doações decidem humilhá-la e aproveitarem-se da sua fragilidade - envelhecimento. Em todas as sociedades surgem aqueles que se aproveitam das situações, que enganam e burlam os mais fragilizados, e por mais inacreditáveis que as soluções possam parecer, as pessoas acreditam nelas, saindo prejudicadas no final. Foi o que aconteceu com Esperança, as meninas contam-lhe uma história de fadas que rejuvenescem e o seu desespero leva-a a acreditar na história. As meninas vestidas de fadas, em vez de tornarem Esperança mais nova, como lhe tinham dito, gozam com ela, maltratando-a fisicamente e humilhando-a perante a opinião pública. No final da peça surge uma reportagem televisiva a este acontecimento. A atenção que a comunicação social dá a este tipo de notícias é também alvo de crítica nesta peça.
É importante salientar a simbologia do nome da peça. Graça pode ter dois significados – pode-se interpretar como uma brincadeira ou como uma misericórdia. No final da peça, as meninas vestidas de fadas roubam a Esperança, sacos cheios de comida para os poderem dar aos pobres. Deste modo, a graça do título é uma misericórdia. Na perspetiva jocosa, o facto de as meninas fazerem pouco de Esperança, graça representa uma brincadeira. Esperança como nome da personagem principal é um paradoxo. Ela chama-se Esperança, mas não se vê nela esperança nenhuma. Nem de se tornar mais nova, nem de se tornar generosa. A peça retrata uma crítica às sociedades atuais, pretendendo no final questionar a esperança de mudança. Será que ainda existe esperança?
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IV Encontro de teatro dos leitorados do Instituto Camões (2011)
O Encontro deste ano realiza-se no Centro de Experimentação Artística - na Fábrica da Pólvora – e vai contar com a colaboração do Teatro Meridional. Esta companhia – uma das mais prestigiadas do teatro português – realizará várias sessões de trabalho durante os cinco dias do Encontro. Em português nos entendemos O programa divide-se diariamente em duas grandes áreas – sessões de formação, com elementos do Teatro Meridional, durante a tarde, e montagem e apresentação de espetáculos preparados ao longo do ano letivo, com o apoio dos leitores, à noite. O nome dos grupos marca, desde logo, a presença da língua e da cultura portuguesas, com que estes jovens convivem (“Favas Contadas”, da Croácia; “Quasilusos” e “Teatro Lusotaque”, da Alemanha; “Burlesco e Fresco”, da Rússia; “Teatro da Cidade Branca”, da Sérvia; “Fantasia”, da Roménia), nos seus países e mostra o interesse com que a aprendem. Para além desta rotina, os grupos vão ter uma apresentação do trabalho desenvolvido por Mark Deputter no Teatro Maria Matos, uma visita ao teatro D. Maria II e ao Museu Manuel de Brito. in Viagem a Lisboa |
2012 - Extinção do grupo de teatro Favas Contadas:
o grupo de teatro, Favas Contadas, não teve continuidade porque os seus elementos terminaram o curso de LLP no ano seguinte e já não poderiam dar continuidade ao projeto, sendo necessária uma renovação e, até à data, não houve interesse da parte dos novos estudantes em criar um grupo de teatro.
o grupo de teatro, Favas Contadas, não teve continuidade porque os seus elementos terminaram o curso de LLP no ano seguinte e já não poderiam dar continuidade ao projeto, sendo necessária uma renovação e, até à data, não houve interesse da parte dos novos estudantes em criar um grupo de teatro.